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Histórico

O resgate da História de nosso Município, através de entrevistas com moradores mais velhos, documentos, fotografias, proporcionou a constatação de que algumas localidades já no passado, foram bastante povoadas. Pode-se afirmar que haviam vilarejos bem distintos, devido ao comércio, serrarias, atafonas e a existência de pequenas propriedades rurais e seus moradores, maioria migrantes descendentes de alemães e italianos que vieram das seguintes regiões: Colônia Velha, Taquari, Lajeado e Estrela.

Os primeiros moradores construíram escolas para os filhos aprenderem a ler, escrever e calcular. Eram as famílias que pagavam para os professores darem aulas. Nas escolas também cultivavam a fé, até que mais tarde construíram as igrejas. A primeira igreja construída, onde hoje é a sede do município, foi a Igreja Evangélica de Confissão Luterana, no ano de 1951. A educação foi assumida pela Prefeitura Municipal por volta do ano de 1953, de acordo com registros encontrados.

A maioria das famílias trabalhava na agricultura. Cultivavam, logo após a derrubada e queimada das matas, o feijão. Os estabelecimentos comerciais da época vendiam querosene, soda para sabão, açúcar, tecidos em metro, fumo em corda, soga, cigarros, calçados (tamancos, chinelos, alparagatas), chapéus, louças, panelas, e demais utensílios domésticos. Os estabelecimentos comerciais compravam dos colonos manteiga, ovos, banha, galinha, mais tarde o queijo também passou a ser fabricado e comprado pelo comércio. Estes produtos eram revendidos nas cidades vizinhas; maior parte destes produtos iam para Passo Fundo.

Escola dos Plátanos Tio Hugo, década de 60

Na localidade de Posse Gonçalves, hoje, um bairro do município, também existia ferraria, marcenaria, serraria, açougue e salões de baile. No interior, eram comuns as atafonas que produziam farinha de mandioca e polvilho, os moinhos coloniais que moíam o trigo e o milho, transformando em farinhas de trigo e de milho e outros derivados. O trabalho agrícola não era mecanizado, era desenvolvido com o auxílio de instrumentos agrícolas tais como: arados puxados a bois e cavalos, enxadas, machados e foices.

Os meios de transportes eram as carroças e as “aranhas”, puxadas pelos bois, cavalos e/ou mulas. As carroças serviam tanto para o trabalho agrícola, como para o transporte de produtos de Passo Fundo ou outros municípios vizinhos; ou para transportar a madeira das serrarias para os centros comerciais. Por volta do ano de 1934, começaram a fazer o transporte os primeiros caminhões. Em 1951 teve a primeira linha de ônibus, que fazia o percurso a Passo Fundo e a Carazinho três vezes por semana.

Os meios de comunicação eram raros, algumas famílias tinham rádio movido a bateria, cuja carga durava pouco tempo e necessitava constantemente carregar. Eram carregadas nos dínamos, em moinhos coloniais. As famílias se reuniam para ouvir notícias e músicas.

Para as pessoas se divertirem existiam os bailes, alguns aconteciam em salões particulares, outros aconteciam nas residências de famílias. Eram animados por gaiteiros, violeiros e pandeiros ou com gaitinha de boca.

Os seguintes fatos impulsionaram o crescimento e desenvolvimento do Município de Tio Hugo:

  • 1º) A instalação de serrarias: a 1ª que se tem registro foi a serraria de Fidêncio Fabris, João Trombini e João Coconi, (três sócios), próximo onde hoje é a rodovia RS 223, com a finalidade de comercializar a madeira de araucárias (pinheiros), muito abundantes devido as matas nativas que cobriam toda esta extensão de terras, por volta dos anos de 1926. Esta serraria esteve em pleno funcionamento durante quase 20 anos. Inicialmente, a madeira era transportada por carroceiros com ternos de bois ou mulas para Pulador e de lá seguia por trem para outros lugares. Outras serrarias depois se instalaram no município, foram elas, de Alberto Bratz, próxima ao Arroio Grande, Max Schoolze, em Polígono do Erval, e atualmente em atividade a Serraria Tio Hugo, da família Gayger.
  • 2º) Por volta de 1950, na localidade da Barragem, se instalou a empresa construtora Estacas Frank Ltda, com inúmeras famílias de empregados, construtores, engenheiros e demais técnicos que permaneceram naquela comunidade até a inauguração da Barragem. Havia mais de 60 residências, um hotel, açougue e casa comercial. A usina entrou em operação em 1957 e a empresa CEEE, para abrigar os trabalhadores, construiu casas de moradia e uma escola na área de sua propriedade. Atualmente, a maioria das casas estão fechadas e a Escola foi desativada por falta de alunos.
  • 3º) Por volta de 1962, iniciou-se a construção da BR-386 e instalou-se na pequena comunidade a empresa Rabello. Esta por sua vez construiu uma pequena vila com toda a infra-estrutura necessária para abrigar as famílias dos trabalhadores. A obra fora concluída em 1968. Para sua inauguração fora realizada uma corrida de carros de Carazinho, passando por Tio Hugo e seguindo em direção a Soledade.
  • 4º) Também, pelos anos de 1962, estabeleceu-se no Km 214 desta rodovia, o Sr. Hugo André Londero com a finalidade de instalar um Posto de Combustível. Inicialmente era um pequeno Posto de Serviços da rede Petrobrás. Hugo Londero era uma pessoa carismática, de bom relacionamento, muito atencioso no atendimento a seus clientes e prestativo em relação aos seus vizinhos e amigos. Esse carisma fez com que todos passassem a chamá-lo de tio Hugo e, por conseguinte, a localidade ficou também conhecida como Tio Hugo.
  • 5º) Logo após, iniciou-se a construção da rodovia RS-153, de Tio Hugo a Passo Fundo, com a conclusão da obra no ano de 1971.
  • 6º) No ano de 1974, a Cooperativa Tritícola Mista Alto Jacuí Ltda – COTRIJAL – instalou seu entreposto de recebimento de grãos e passou a dar assistência técnica aos produtores rurais, fornecendo sementes e insumos. Também, passou a incentivar a diversificação sendo responsável por ótimas safras, devido ao uso de tecnologias recomendadas pelos órgãos de pesquisa. Hoje, possui uma estrutura física muito grande para recebimento e estocagem de grãos. Possui loja de insumos para lavoura e loja de eletrodomésticos, materiais de construção e supermercado de gêneros alimentícios, roupas de cama, mesa e banho.
  • 7º) Alguns anos mais tarde, iniciou-se a construção da RS-223, de Tio Hugo a Tapera, que fora concluída no ano de 1983.
  • 8º) Finalmente, cita-se como ponto essencial e crucial na história de Tio Hugo, o processo de emancipação, que descreveremos mais detalhadamente a seguir. O processo de emancipação fora longo, caracterizado pela persistência, luta, garra, determinação e trabalho árduo da comissão de emancipação, que juntamente com outros 29 municípios buscavam independência.

O Município de Tio Hugo fora criado pela Lei 10.764 de 16 de abril de 1996. Anteriormente a emancipação, as áreas territoriais eram pertencentes a três municípios, a saber, Ibirapuitã, com uma área de 42,45 km2, com as localidades de Linha Graeff e Linha Machado, Ernestina, com uma área de 41,94 km2, com as localidades de Posse Gonçalves, Posse Barão e Posse O’Ely e Victor Graeff, com uma área de 26,61 km2, com as localidades de 2º Distrito de Polígono do Erval e 5º Distrito de Tio Hugo. O processo emancipatório se deu a partir do 5º Distrito de Tio Hugo, área pertencente a Victor Graeff ( Distrito criado através da Lei nº 056/90 de 14/08/90), no ano de 1995. A idealização de emancipação iniciou no ano de 1993. A primeira reunião ocorreu no Pavilhão da Comunidade do Loro, em novembro de 1994, com a comissão provisória da emancipação e população que ali residia. As reuniões prosseguiram em todas as demais comunidades, ou seja, na comunidade da Nossa Senhora Salete, São Paulo, Divino Espírito Santo, Polígono do Erval, na sede (Salão Schuster) e na Barragem (sede do Clube de Mães ALBE). O processo de emancipação fora protocolado na Assembleia Legislativa do Estado em 26/01/1995. Primeiramente, fora solicitada a credencial da Comissão Emancipacionista com vistas a emancipação – nº Protocolo/Processo 02946-01.00 (AL RS 95,3). A Credencial da Comissão Emancipatória fora expedida em 10/02/1995, pelo então Presidente da Assembleia Legislativa e fora assim constituída:

  • Presidente: Gilmar Mühl
  • Vice-presidente: Arlindo Kerber
  • lº Secretário: Verno Aldair Muller
  • 2º Secretário: Edenor Wiedthauper
  • 1º Tesoureiro: Sady Granja
  • 2º tesoureiro: Carlos Domingos Muttoni
  • Conselho Fiscal: Clóvis Gilberto Groth, Hilmo Muller, Luiz Afonso Weiler e Luiz Carlos Crestani
  • Suplentes: Alvori Sippel, Antonio César Cimarosti, Derli Bortolomedi e Dirceu Luiz Mann.

Após, a Comissão Emancipacionista encaminhou o Projeto com vistas à emancipação, protocolado sob o nº 2946-0100/95-3, sendo um dos requisitos para a efetivação do mesmo a realização de plebiscito nas localidades que fariam parte do novo município.

O Projeto de Lei nº 242/95, que autoriza a realização plebiscitária para emancipação da localidade do 5º distrito de Tio Hugo, fora aprovado em 08/06/95 – na Assembleia Legislativa. O Governo do Estado vetou a mesma em 13/07/95. A AL derrubou o veto do governador com 30 votos contra 19. A consulta plebiscitária em Tio Hugo fora realizada em 24/03/96, com a participação de todos os eleitores autorizados pelo TSE, com 93% dos votos “SIM” a favor da emancipação. Fora publicado no Diário Oficial em 17/04/1996 a Lei de criação do município de Tio Hugo.

Os trinta municípios acima mencionados que se mobilizaram, tinham como objetivo garantir a instalação/ emancipação dos mesmos e a realização de eleições municipais. Criaram Comissão Executiva das Comissões Emancipacionistas e constituíram advogados para defendê-los. Houve uma ação do Governo do Estado no STF, onde o relator da matéria não concedeu a liminar solicitada pelo Governador do Estado, e isso significou conseqüentemente a vitória para as trinta áreas que buscavam a emancipação e para a Procuradoria da Assembléia que fez a defesa. Fora solicitado ao Governador do Estado que retirasse a ação, mas este não a retirou. Ocorreu outra ação do Governo do Estado contra as Leis que criaram os municípios no Tribunal de Justiça do Estado, ação esta ganha pelas áreas emancipadas, através da Procuradoria da Assembleia.

Os trinta municípios passaram então a se reunirem mensalmente, com a finalidade de acompanhar o Processo que passou a tramitar na Câmara dos Deputados e após no Senado em Brasília. Houve a substituição do Governo no Estado do Rio Grande do Sul e este não se manifestou contrário e garantiu a legalidade da criação dos trinta novos municípios.

O lema da Proposta de Emancipação de Tio Hugo fora: “Emancipar para desenvolver”. A instalação da primeira Administração Pública Municipal ocorreu somente em 1º/01/2001, considerando que a eleição que elegeu o primeiro prefeito municipal e os vereadores da Câmara Municipal, ocorreu somente em 03/10/2000

A instalação da primeira administração pública municipal ocorreu somente em 1º/01/2001, considerando que a eleição que elegeu o primeiro prefeito municipal e os vereadores da Câmara Municipal, ocorreu somente em 03/10/2000.

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